O Instituto Nacional do Seguro Social como repeat player nos Juizados Especiais Federais
Palavras-chave:
Juizados Especiais Federais, Litigância repetitiva., INSS, Equilíbrio processualResumo
Tomando por base a abordagem de Marc Galanter, o presente estudo analisará o comportamento processual estratégico do Instituto Nacional do Seguro Social e o seu impacto na administração da justiça nos Juizados Especiais Federais, cujos autores, via de regra, são pessoas socialmente desfavorecidas. Para tal propósito, adere-se ao pressuposto de que a expertise adquirida por essa autarquia como litigante habitual confere-lhe vantagens estratégicas, as quais podem desestabilizar intensamente a balança processual. Diante desse cenário, será ponderado em que medida o Poder Judiciário pode atuar para que o litigante vulnerável tenha acesso a uma experiência minimamente equilibrada no curso do processo judicial.
Referências
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Trad. Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008.
ALMEIDA, Ananda Palazzin de. A atuação do INSS como litigante habitual no recurso extraordinário nº 631.240. Revista Eletrônica de Direito Processual, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, 2020. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/redp/article/view/45953. Acesso em: 10 jan. 2023.
ASPERTI, Maria Cecilia de Araújo. Meios consensuais de resolução de disputas repetitivas: a conciliação, a mediação e os grandes litigantes do Judiciário. Dissertação (Mestrado em Direito). Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2014.
BATISTA, Vera. IBGE: Brasil continua sendo 9º país mais desigual do mundo. Estado de Minas – Economia. Minas Gerais, 12 nov. 2020. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2020/11/12/internas_economia,1204108/ibge-brasil-continua-sendo-9-pais-mais-desigual-do-mundo.shtml. Acesso em: 08 mar. 2023.
BRASIL. Código de Processo Civil. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 02 mar. 2023.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. 100 maiores litigantes. Brasília: CNJ, 2012. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2011/02/100_maiores_litigantes.pdf. Acesso em: 15 jan. 2023.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. DataJud - base nacional de dados do Poder Judiciário. Disponível em: https://grandes-litigantes.stg.cloud.cnj.jus.br/. Acesso em: 15 jan. 2023.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Diagnóstico dos Juizados Especiais. Brasília: CNJ, 2020. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2020/08/WEB_LIVRO_JUIZADOS_ESPECIAIS.pdf. Acesso em: 09 jan. 2023.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Juizados Especiais Federais: sumário executivo. Brasília: CNJ, 2022. Disponível em: www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2022/05/sumario-executivo-juizados-especiais-federais-260522.pdf. Acesso em: 02 mar. 2023.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Justiça em números 2022. Brasília: CNJ, 2022. Disponível em: www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2022/09/justica-em-numeros-2022-1.pdf. Acesso em: 02 jan. 2023.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Relatório final Juizados Especiais Federais. Brasília: CNJ, 2022. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2022/05/relatorio-final-juizados-especiais-federais-1.pdf. Acesso em: 02 mar. 2023.
BRASIL. Decreto nº 10.995, de 14 de março de 2022. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Decreto/D10995.htm#art7. Acesso em: 02 mar. 2023.
BRASIL. Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm. Acesso em: 02 mar. 2023.
BRASIL. Lei nº 13.327, de 29 de julho de 2016. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13327.htm. Acesso em: 02 mar. 2023.
BRASIL. Lei nº 14.520, de 9 de janeiro de 2023. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/lei/L14520.htm. Acesso em: 02 mar. 2023.
BRASIL. Portaria Normativa AGU nº 3/2021, de 28 de janeiro de 2021. Disponível em: https://www.gov.br/agu/pt-br/governanca/portaria-normativa-agu-no-3_28-01-2021_regulamenta-o-teletrabalho-para-membros-da-agu-e-pgf-entre-outros.pdf. Acesso em: 02 mar. 2023.
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Trad. Ellen Gracie Northfleet. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1988.
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. V. III. São Paulo: Malheiros, 2003.
GABBAY, Daniela; GROSS CUNHA, Luciana. Litigiosidade e morosidade e litigância repetitiva do judiciário - uma análise empírica. São Paulo: Saraiva, 2012.
GABBAY, Daniela Monteiro; COSTA, Susana Henriques; ASPERTI, Maria Cecília Araujo. Acesso à justiça no Brasil: reflexões sobre escolhas políticas e a necessidade de construção de uma nova agenda de pesquisa. Revista Brasileira de Sociologia do Direito, ABraSD, v. 6, n. 3, p. 152-181, set./dez. 2019. Disponível em: https://revista.abrasd.com.br/index.php/rbsd/article/view/312. Acesso em: 10 jan. 2023.
GALANTER, Marc. Why the “haves” come out ahead: speculations on the limits of legal change. Law and Society Review, v. 9, n. 1, 1974. Disponível em: https://lawforlife.org.uk/wp-content/uploads/2013/05/whythehavescomeoutahead-33.pdf. Acesso em: 10 jan. 2023.
MEKARI, Danilo. Aumento da tarifa do transporte público gera imobilidade e exclusão social nas cidades brasileiras. Portal do Aprendiz, 20 jan. 2016. Disponível em https://portal.aprendiz.uol.com.br/2016/01/20/aumento-da-tarifa-transporte-publico-gera-imobilidade-e-exclusao-social-nas-cidades-brasileiras/. Acesso em: 01 fev. 2023.
PWC. O abismo digital no Brasil. Pricewaterhouse Coopers Brasil [s.d.]. Disponível em: https://www.pwc.com.br/pt/estudos/preocupacoes-ceos/mais-temas/2022/o-abismo-digital-no-brasil.html. Acesso em: 08 mar. 2023.
SANDEFUR, Rebecca. Access to civil justice and race, class, and gender inequality. Annual Review online of Sociology, California, v. 34, p. 339-358, ago. 2008. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5379189/mod_resource/content/1/annurev.soc.34.040507.134534.pdf. Acesso em: 10 jan. 2023.
SANTOS, Boaventura de Sousa; MARQUES, Maria Manuel Leitão; PEDROSO, José. Os tribunais nas sociedades contemporâneas. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo: ANPOCS, n. 30, 1996. Disponível em: http://www.anpocs.com/images/stories/RBCS/30/rbcs30_07.pdf. Acesso em: 10 mar. 2023.
TARTUCE, Fernanda. Igualdade e vulnerabilidade no processo civil. São Paulo: Forense, 2012.
WATANABE, Kazuo. Da cognição no processo civil. 3. ed. São Paulo: DPJ, 2005.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao submeter o texto acadêmico à Revista do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, os autores declaram ser titulares dos direitos autorais, respondendo exclusivamente por quaisquer reclamações relacionadas a tais direitos; bem como garantem a inexistência de qualquer infração à ética acadêmica.
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à Revista do Tribunal Regional Federal da 3ª Região o direito de publicação, sem ônus e sem limitações quanto ao prazo, ao território ou qualquer outra.
Os conceitos e as opiniões expressos nos trabalhos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores, não refletindo, necessariamente, o posicionamento desta Revista, nem do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.



