Direitos fundamentais das mulheres encarceradas
Palavras-chave:
criminalidade feminina, perfil da mulher presa, direitos fundamentais, políticas públicas, questões de gênero, mãe reclusaResumo
Com o presente trabalho pretendemos abordar o tema dos direitos fundamentais das mulheres encarceradas. A primeira análise cinge-se à pesquisa do perfil desta camada da população conhecida por poucos e, sobretudo, sua representação numérica na sociedade e suas principais características comuns. Com estes dados, passaremos aos estudos dos direitos fundamentais aplicáveis e conferidos especialmente pela Constituição brasileira a estas mulheres. Passaremos pelos princípios da dignidade humana e humanidade, conferindo um aspecto geral para a categoria dos encarcerados, já que são mais abrangentes. Na sequência, a análise do tema requer ponderações sobre políticas públicas, já que, segundo nossa pesquisa, normas, doutrina e o Encontro Nacional do Encarceramento Feminino, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça, em junho de 2011, concluem e clamam por políticas públicas que assegurem o cumprimento dos direitos fundamentais das mulheres encarceradas.
Referências
ALBUQUERQUE, Paulo Pinto de. Direito prisional português e europeu. Coimbra: Coimbra, 2006.
ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios: da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2011.
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. 5. ed. rev. da tradução de J. Cretella Jr. e Agnes Cretella. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.
CALABRESI, Guido; BOBBIT, Philip. Tragic choices. The conflicts society confronts in the allocation of tragically scarce resources. New York: W. W. Norton & Company, 1978.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Estudos sobre direitos fundamentais. Coimbra: Coimbra, 2008.
CASTILHO, Ela Wiecko Volkmer de. Controle da legalidade na execução penal. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1988.
CASTRO, Flavia Ribeiro de. Flores do cárcere. São Paulo: Talento, 2011.
COSTA, Helena Regina Lobo da. A dignidade da pessoa humana e as teorias de prevenção geral positiva. Dissertação de Mestrado. Orientação: Professor Miguel Reale Júnior. Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, 2003.
D’EÇA, Aline. Filhos do cárcere. Salvador: EDUFBA, 2010.
DIMITRI, Demoulis; MARTINS, Leonardo. Teoria geral dos direitos fundamentais. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.
ESPINOZA, Olga. As regras de Bangkok: o marco normativo internacional de proteção das mulheres encarceradas. Palestra proferida
no Encontro Nacional do Encarceramento Feminino, CNJ, Brasília, 29 jun. 2011. Parte disponível em: <http://www.cnj.jus.br/images/
eventos/encarceramentofeminino/apresentacao.olgaespinoza.regrasbangkok.pdf>. Acesso em: 11/10/2011.
ESPINOZA, Olga. A mulher encarcerada em face do poder punitivo. São Paulo: IBCCRIM, 2004.
FAYET JÚNIOR, Ney; MARINHO JÚNIOR, Inezil Penna. Complexidade, insegurança e globalização: repercussões no sistema penal contemporâneo. Sistema Penal & Violência, Porto Alegre, v. 1, n. 1, p. 84–100, jul./dez. 2009.
FIDELES, Nina. Mulheres encarceradas. Jornal Estado de Direito. Porto Alegre, 11 jul. 2011. Disponível em: <http://www.estadodedireito.com.
br/2011/-7/11/mulheres-encarceradas/>. Acesso em: 28/08/2011.
FLORES, Joaquín Herrera. A (re)invenção dos direitos humanos. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2009.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. 38. ed. Petrópolis: Vozes, 2010.
GOMES, Luiz Rocha Geder. Encarceramento feminino: realidade brasileira. Palestra proferida no Encontro Nacional do Encarceramento
Feminino, CNJ, Brasília, 29 jun. 2011. Parte disponível em: <http://www.cnj.jus.br/images/eventos/encarceramentofeminino/apresentacao.
gederrocha.encarceramentofeminino.pdf >. Acesso em: 28/08/2011.
GRECO FILHO, Vicente. Tóxicos: prevenção – repressão. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
GREENE, Judith; PRANIS, Kevin. Hard hit: the growth in the imprisonment of women, 1977 - 2004. Disponível em: <http://www.wpaonline.
org/institute/hardhit/part1.htm>. Acesso em: 29/10/2011.
GUSTIN, Eduardo Grosara. Mulher e saúde na prisão: a realidade nacional. Palestra proferida no Encontro Nacional do Encarceramento
Feminino, CNJ, Brasília, 29 jun. 2011. Parte disponível em: < http://www.cnj.jus.br/images/eventos/encarceramentofeminino/apresentacao.
educardocrossara.pdf>. Acesso em: 11/10/2011.
LEMGRUBER, Julita. O custo das prisões. Jornal O Estado de São Paulo. São Paulo, 07 jul. 2011. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,o-custo-dasprisoes,745899,0.htm>. Acesso em: 18/10/2012.
LEMGRUBER, Julita. Gênero e prisão: evolução histórica e realidade atual. Palestra proferida no Encontro Nacional do Encarceramento
Feminino, CNJ, Brasília, 29 jun. 2011. Parte disponível em: <http://www.cnj.jus.br/images/eventos/encarceramentofeminino/apresentacao.
julitalemgruber.generoeprisao.pdf>. Acesso em: 27/08/2011.
LEMGRUBER, Julita. Cemitério dos vivos: análise sociológica de uma prisão de mulheres. Rio de Janeiro: Achiamé, 1983.
MARMELSTEIN, George. Curso de direitos fundamentais. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MASSUD, Leonardo. Da pena e sua fixação. São Paulo: DPJ, 2009, p. 108–111.
MAURIQUE, Jorge; GARCIA, Rafael. Da natureza jurídica da interdição de estabelecimentos prisionais e do enfoque macro do problema
prisional. Revista CEJ, Brasília, ano XIII, n. 44, p. 4–10, jan./mar. 2009.
NUCCI, Guilherme de Souza. Princípios constitucionais penais e processuais penais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
PIOVESAN, Flávia; GONÇALVES, Tamara Amoroso. Gênero no Supremo Tribunal Federal. In: SARMENTO, Daniel; SARLET, Ingo Wolfgang
(coord.). Direitos fundamentais no Supremo Tribunal Federal: balanço e crítica. Rio de Janeiro: Lumen Juris, p. 367–390, 2011.
RENNÓ JÚNIOR, Joel. Ansiedade: as diferenças entre homem e mulher. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/vyaestelar/ansiedade_homem_mulher.htm>. Acesso em: 11/10/2011.
RODRIGUES, Anabela Miranda. A determinação da medida da pena privativa de liberdade. Coimbra: Coimbra, 1995.
SANTOS, Jaciara. Presos cumprem pena e filhos são assistidos no Nova Semente. Correio. Salvador, 23 nov. 2008. Disponível em:
www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-4/artigo/presos-cumprem-pena-e-filhossao-assistidos-no-nova-semente/>. Acesso em: 31/01/2011.
SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais, 9. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011.
SARLET, Ingo Wolfgang. Notas sobre a dignidade da pessoa humana na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. In: SARMENTO, Daniel; SARLET, Ingo Wolfgang (coord.). Direitos fundamentais no Supremo Tribunal Federal: balanço e crítica. Rio de Janeiro: Lumen Juris, p. 37–74, 2011.
SARLET, Ingo Wolfgang. Os sessenta anos da lei fundamental da alemanha e o direito constitucional brasileiro. Jornal Estado de Direito. Por to Alegre, 04 fev. 2011. Disponível em: <http://www.estadodedireito.com.br/2011/02/04/os-sessentaanos-da-lei-fundamental-da-alemanha-e-odireito-constitucional-brasileiro/>. Acesso em: 1º/10/2011.
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 1996.
STELLA, Cláudia. Filhos de mulheres presas: o papel materno na socialização dos indivíduos. Estudos e Pesquisas em Psicologia, UERJ, Rio
de Janeiro, Ano 9, n. 2, p. 292–306, 2º semestre de 2009.
TEIXEIRA, Alessandra. Encarceradas, igualdade de direitos e a visita íntima. Boletim da Associação Juízes para a Democracia. São Paulo, n. 24, p. 11–12, abr./jun. 2001.
THOMPSON, Augusto. A questão penitenciária. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002.
ZAFFARONI, Eugenio Raúl; OLIVEIRA, Edmundo. Criminologia e política criminal. Rio de Janeiro: GZ, 2010.
ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Em busca das penas perdidas. Rio de Janeiro: Revan, 2010 – reimpressão do original de 1989.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao submeter o texto acadêmico à Revista do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, os autores declaram ser titulares dos direitos autorais, respondendo exclusivamente por quaisquer reclamações relacionadas a tais direitos; bem como garantem a inexistência de qualquer infração à ética acadêmica.
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à Revista do Tribunal Regional Federal da 3ª Região o direito de publicação, sem ônus e sem limitações quanto ao prazo, ao território ou qualquer outra.
Os conceitos e as opiniões expressos nos trabalhos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores, não refletindo, necessariamente, o posicionamento desta Revista, nem do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.



